Tem hora que bate aquela saudade do que ainda nem aconteceu. Ou que nunca vai acontecer. Ou que já passou. Saudade de quando eu escutava música dos anos 60 na rádio. Dos fuscas, das estampas, dos micro-organismos dançando no ar quando o sol batia no travesseiro. Saudade dos cabelos, das bandas de garagem, do cheiro de laquê.
Saudade da minha barriga de grávida, com formato de bola de basquete. Do meu cabelo ondulado e comprido, que melhorou muito depois do bebê. Do apartamento novo, do cheiro de tinta nova na parede, das caixas embaladas, recheadas de sonhos e desejos.
Saudade da vitamina da Mônica que eu amava comer na infância, e talvez por isso ganhei uns 5kg. Das horas e horas em frente à TV, fazendo ginástica com as mini-novelas da TV Cultura durante o Rá-Tim-Bum. O Castelo, a fadinha, o máscara, o egípcio... Saudades do Aerokids que mais parecia o paraíso da criançada, e eu achava que nunca conseguiria escorregar em todos os tobogãs que tinham lá.
Ê saudade que alimenta. Nutre o corpo e a alma, trazendo experiência, mudanças e motivação. A saudade que viveu, vive ou ainda viverá dentro da gente pra sempre. Sem curativos, só sorrisos.
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