Completei 22
anos e percebi que algumas coisas crescem e diminuem em proporção as velas do
bolo. Uma delas é o próprio bolo. Este fica a cada ano menor, até desaparecer
durante alguns anos, ou décadas.
Aí de
repente, você se vê frente a um bolão de 80 velas, recheado de cenoura, de
laranja, não mais de chocolate. E repleto de netos e bisnetos no lugar de
brigadeiros e salgadinhos. De repente os convidados mudam, diminuem, aumentam.
Isso é relativo ao que você plantou durante a vida. Mas os amigos não crescem e
nem diminuem em números. Estes permanecem. E estão lá para representar alguns
anos que passaram as velas que foram assopradas antes, e às vezes, até alguns
outros amigos que já partiram.
No dia do
seu aniversário, você percebe que sua cama não está mais cheia de presentes.
Que lá existe um livro, um caderno, e algumas apostilas da faculdade. Você vê
que não tem pacotes pra desembrulhar, e sim, obrigações a cumprir. Que aquela frase
que diz “o dia é só teu”, não existe mais. Que você é obrigada a está disposta
no outro dia. Que pessoas esperam coisas de você, mesmo que o dia fosse pra ser
“só teu”.
Que a semana
do seu aniversário, não é mais tão empolgante. E o seu nome não está no mural
da classe com vários balões e cores ao redor. Você não apaga as tais velas,
você paga uma conta, e não bebe suco Del - vale, toma uma xícara de café.
Fazer 22
anos é lembra-se duas décadas feliz e de muito ter feito, e pensar no que
poderia ter feito se tivesse uma segunda chance, ou pior, no que poderia não
ter feito. É pensar que dos 15 pros 22 foi um pulo. E a tendência é o tempo
encurtar, e os anos ganharem cada vez mais força, e as unidades da década voar
a cada movimento do ponteiro do relógio.
É deitar a
cabeça no travesseiro, depois de meia noite, sem ter estourado o balão que caem
doces e brinquedinhos leves e coloridos, e sem aquele tumulto na hora da
entrega da lembrancinha. É não ver sua
mãe e os demais arrumando a bagunça do dia seguinte. É acordar no outro dia com
22 anos e ver tanta coisa mudar e mesmo assim, continuar tudo sempre tão igual.
Mas aprendi
muito com todos esses anos “Eu não tenho idade, tenho vida, tenho historia!"
Cada ano vivido, aprendo a lidar melhor com a vida e a vivê-la com mais
intensidade, mais paixão.
Aprendi e
estou aprendendo a lidar com meu lado sombra e a fazer brilhar meu lado luz. Aprendi
a lidar com as outras pessoas, a retribuir gentilezas, a ser menos egoísta,
mudei meus ideais e minhas crenças e com isso a defender-me dos ataques e a não
dar tanta importância para o que não merece minha atenção.
Aprendi que
a opinião dos outros é apenas a opinião dos outros e que isso não interfere em
nada na minha vida, se eu não permitir. Aprendi que algumas pessoas se
aproximarão por querer me conhecer de verdade e outros nem tanto. Aprendi a ser
mais humana, a estender a mão quando me pedem ajuda, a calar quando devo calar
e a me afastar quando as energias simplesmente não combinam mais.
Aprendi que
tolerância é a chave mestra dessa existência e que ter um coração agradecido
diferencia os felizes e os infelizes. Aprendi a dizer e ao ouvir um
"não" com sabedoria. Aprendi a evitar comparações pois isso sempre
vai me colocar pra baixo. Aprendi que não devo esperar muito dos outros, bem
pelo contrário, devo esperar pouco, bem pouquinho para ter agradáveis surpresas
ao invés de decepções.
Aprendi a manter
a calma, a me dar colo e a pedir ajuda quando esse colo não for o suficiente.
Aprendi a ouvir e a confiar na minha intuição ela é a voz de Deus em mim! Aprendi
que eu não tenho nada tudo é ilusão eu só tenho a mim e só terei a mim pela
eternidade. Aprendi o qual verdadeiro significado da família e quanto faz falta
quando estamos longe.
Só envelhecemos de fato, quando nos fechamos
para a vida e para o novo. Quando ficamos radicais, impacientes e inflexíveis, quando
nos conformamos com nossa infelicidade. Por isso que eu não tenho idade, tenho
vida, tenho historia! Cada ano que passa aprendo a lidar melhor com ela e
quando mais aprendo mais ela me preenche. OBRIGADA MEU DEUS POR ME CONCEDER
MAIS UM ANO DE VIDA.
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